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GEORGE HOWES



George Howes nasceu na Inglaterra em 1873,  dedicou sua vida à evangelização de Portugal e Brasil.
Antes de vir ao Brasil, foi pregador e dirigiu reuniões em Alcântara, Portugal, até que em 1898 desembarcou na cidade do Rio de Janeiro.
No Rio, hospedou-se na residência do irmão Daniel Faria sendo companheiro de quarto do Sr. McNair, que chegara ao Brasil dois anos antes.


Residência de Daniel Faria, ele está à porta.



Sem salário fixo, sustentado por contribuições de igrejas e irmãos da Inglaterra, que eram muitas vezes escassos, cooperou na publicação da terceira edição do hinário “Hinos e Cânticos” e na evangelização de brasileiros juntamente com o Sr. McNair até por volta de 1902 quando passou a residir em Lisboa e iniciou a publicação das “Leituras Cristãs”. Muito ajudou o trabalho do Evangelho em Almada, tendo recebido ameaças e sendo apedrejado pela população local.
Dedicou-se à impressão e distribuição gratuita de literatura evangelística, tendo oferecido mais de três milhões de folhetos. Desenvolveu também um bom trabalho entre prisioneiros, que foi determinante para a conversão de Alves dos Reis (Ainda hoje considerado o maior burlão da história portuguesa).
Durante os anos de 1914 a 1919 aproximadamente, trabalhou novamente no Brasil. Voltou para Lisboa alguns meses após o fim da Primeira Guerra Mundial. Desta vez em Lisboa teve por companheiro  o irmão Albert Henry Storrie. Há também relatos de sua presença e pregação na década de vinte em Carangola-MG, Itaperuna-RJ e Teresópolis-RJ, o que indica uma terceira vinda ao Brasil.
Em Portugal dedicou-se às publicações, dentre outras, destaca-se a “Leituras Cristãs”, que iniciou em 1903 e continuou até 1932, formando 26 volumes.
As Leituras Cristãs tornaram-se numa “escola bíblica” que orientou os irmãos no conhecimento das verdades bíblicas que muito ajudou na edificação dos crentes dando-lhes ensino sólido. Foram as Leituras Cristãs uma fonte de instrução bíblica que nos dias atuais não é encontrada.  Além das Leituras Cristãs, publicava folhetos para evangelização e ensino bíblico que circulavam amplamente entre os crentes de modo que recebiam ensino bíblico sadio cooperando desta forma para o crescimento espiritual do povo de Deus.


Leituras Cristãs - Vol.12 - Lisboa, 1914



Embora tendo permanecido por tempo relativamente curto no Brasil, George Howes permaneceu sempre presente por meio das publicações que enviava seguidamente. Foi, talvez, o irmão que mais contribuiu para instrução dos crentes no Brasil e Portugal. Pelo estudo das Leituras Cristãs o crente recebe instrução nas verdades bíblicas como se cursasse uma escola bíblica.
Sr. Howes faleceu em Lisboa em 1945. A esposa, D. Edith Howes, viveu ainda vários anos mais, e, em abril de 1959, então residente em Londres, concedeu ao Depósito de Literatura Cristãs todos os direitos de reprodução de livros e editoração de Leituras Cristãs. Não deixaram filhos.  

Alguns dados foram cedidos por Silas G. Filgueiras

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ATÉ QUANTO UM SIMPLES FOLHETO PODE RENDER FRUTOS?

    Em 1922 uma senhora que, durante muitos anos distribuiu folhetos no Hospital Militar de Lisboa, deu um folheto a um soldado chamado Mauricio. Pouco depois, este homem, tendo cometido um crime, foi condenado e enviado para uma das prisões da cidade. Enquanto estava confinado lá, ele escreveu ao Sr. George Howes, pedindo mais publicações. Ele atendeu ao pedido enviando juntamente cópias das Escrituras. Em pouco tempo, Mauricio foi transferido para a penitenciária de Lisboa para cumprir cinco anos de trabalhos forçados antes de começar o exílio na África. Na penitenciária, compartilhou seus livros com companheiros, que por sua vez trocaram correspondências com os missionários. Assim foi semeada a primeira semente que se multiplicou e deu frutos em abundância. Mais tarde um dos presidiários foi enviado para a prisão de Coimbra, e através do seu testemunho como cristão muitos se interessaram pelo Evangelho. Assim, foi aberta uma oportunidade para correspondências na prisão de Coimbra.

Desde o primeiro contato, em pouco tempo, foram mantidas correspondências regulares com 208 prisioneiros e mais de 400 cópias do Novo Testamento foram distribuídas. Muitos prisioneiros foram exilados para a África, e trinta e cinco deles continuaram a escrever regularmente aos missionários em Portugal.

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A CEIA DO SENHOR
            Foi Cristo mesmo quem instituiu este banquete espiritual; é Cristo mesmo quem o preside; nós somos apenas convidados.
         Neste banquete são postas diante de nós “as riquezas incompreensíveis de Cristo” (Efésios 3.8) e as “abundantes riquezas da graça de Deus” (Efésios 2.7). Os elementos oferecidos, o pão e o vinho, nos manifestam o valor e a perfeição da expiação feita na cruz a favor dos pecadores.
         Participamos da festa não por nosso próprio mérito, mas pelo mérito de Outro, porém, pela Sua graça, Deus conta como legalmente nosso. Aproximamo-nos da santa presença de Deus, certos de sermos aceitos, por estarmos confiados nos méritos de Cristo. Estamos assentados na ceia no fundamento de Outro, não no nosso. Temos este direito pela troca que Deus efetuou entre o justo e o injusto, e esta troca é real e verdadeira perante Deus. É firmado na realidade desta troca que somos aceitos. Deus passou para o justo ( o Substituto) todo o castigo do injusto, e atribui ao indigno e criminoso todo o mérito que tem o Substituto. Esta troca é efetuada por aceitarmos o testemunho divino com relação à propiciação realizada na cruz.
         É ao pé da cruz que tem início todo o nosso relacionamento amigável com Deus. O ladrão que creu tendo reconhecido sua própria culpa e santidade e perfeição de Cristo, e tendo recorrido sem demora Aquele em quem não existia senão o bem, foi imediatamente recebido. Quando o pecador, reconhecendo sua indignação, abandonando toda a sua própria justiça concorda em dever tudo à perfeição de Cristo, é aceito sem hesitação.
         Esta transação simples, mas bendita e que decide a nossa eternidade, é revelada pela cruz e a ceia do Senhor é uma proclamação dela por meio dos símbolos.
         Ao aceitar Aquele cuja obra satisfez a justiça divina fica resolvida a grande questão que havia entre nós e Deus, e, nada no céu, na terra ou no inferno pode anular ou contestar esta resolução de Deus.
         A mesa do Senhor mostra os pensamentos de Deus a respeito do pecado. A remissão dos nossos pecados custou um alto preço e nos é oferecida por tão pouco. O alto preço pago mostra que o pecado é uma maldade inexprimível e infinita. Só Deus pode compreender e avaliar a malignidade do pecado.
         A dádiva do Seu Filho dá a medida do quanto Deus aborrece o pecado. Na Ceia temos a lição de como Deus considera o pecado. Quão grande é a malignidade do pecado para exigir tamanho sacrifício para poder ser perdoado! É uma maldade que não pode ser perdoada senão pelo sangue do Filho de Deus!
         Na Ceia do Senhor aprendemos quanto é grande a graça de Deus, e quanto é grande a maldade do pecado. O pão e o vinho revelam os pensamentos de Deus acerca do pecado. Se Deus não houvesse aborrecido o pecado com ódio infinito não teríamos alcançado para carregar a nossa culpa uma pessoa de tão alto merecimento como Seu Filho unigênito.
         A Ceia do Senhor representa o amor redentor de Deus e também o quanto Deus aborrece o pecado.
George Howes  

 

2 comentários:

  1. Bom dia. Gostei imenso do texto, aprendi imenso, mas corrijo que das "Leituras Cristãs" publicou (pelo menos) até ao n. 3 do vol. 26, em 1932, que é o último que nós temos na BPMP, na cota P-A-462.

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    1. Amado irmão, de fato foi publicado até o volume 26 em 1932. Nós do DLC, editora atual da revista "Leituras Cristãs" - leiturascristas.com.br - temos infelizmente apenas os números 1 e 2 do volume 26. FIcaríamos imensamente agradecidos se pudessemos receber o número 3 a qual o irmão se refere. Uma boa cópia seria o suficiente e pode nos ser disponibilizado por e-mail ou correios. Serviria para completarmos o acervo histórico da revista em nosso site.

      E se tiver o volume 17, também seria maravilhoso. Do volume 17 temos apenas os números 1 e 2.

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